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CONTRADIÇÕES BÍBLICAS

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Novo Testamento em que os escritores fazem um grande esforço de aplicar certas passagens do Velho Testamento. Há várias citações de trechos encontrados nos Salmos, nos Profetas e na Lei Mosaica. O interessante é que nem mesmo assim existe uma coerência na bíblia, nem em passagens que os escritores do Novo Testamento podiam confirmar a citação, conferindo nas cópias disponíveis do Velho Testamento, nem estes relatos escapam das contradições.

     Veja por exemplo o caso de 1ª Coríntios 10:8 onde o escritor bíblico cita um acontecimento registrado em Números 25:9. O relato de Números conta uma ocasião em que os israelitas começaram a adorar um Deus cananeu, deixando o Deus bíblico muito irado. Na sua fúria ele mata 24.000 pessoas. O escritor de 1ª Coríntios menciona este mesmo acontecimento, entretanto ele relata que o número de mortos foi 23.000. Afinal, o número dos mortos por Deus foi 23.000 ou 24.000? Como pôde o escritor de 1ª Coríntios cometer um erro histórico tão infantil?

     Em Mateus 23:35 Jesus disse que Zacarias era filho deBaraquias. Mas em 2ª Crônicas 24:20-22 diz explicitamente que Zacarias era filho de Jeoiada. Afinal, quem era realmente o pai de Zacarias?

     Outro exemplo se encontra em Marcos 2:23-28. Neste texto Jesus é questionado pelos fariseus devido ao fato de que seus discípulos, ao atravessar um campo de trigo, arrancaram alguns grãos e os comeram num sábado. Jesus cita uma passagem do Velho Testamento em 1ª Samuel 21:1-6 onde Davi e alguns de seus homens, fugindo da perseguição implacável do rei Saul, refugiam-se em Nobe. Ali o sumo sacerdote dá a eles os pães da preposição, que eram sagrados e só deviam ser comidos pelo sacerdote. Jesus cita essa passagem com o intuito de mostrar aos fariseus que em momentos de crise extrema, como no caso de Davi e seus homens que estavam famintos, em plena fuga, num momento de dificuldade, pode-se abrir algumas exceções na lei. Por isso Jesus encerra seu raciocínio com a frase: “o sábado foi feito para os homens, não os homens para o sábado”.

     Realmente uma grande citação, destacando que o ser humano é mais importante do que um ritual religioso. Até aí tudo bem, mas o detalhe é que o escritor bíblico de Marcos, ao citar um acontecimento que já se encontrava na bíblia, no livro de 1ª Samuel, cita o nome do sumo sacerdote errado, isso mesmo, no evangelho de Marcos, Jesus chama-o de Abiatar, mas no livro de Samuel o sumo sacerdote chama-se Aimeleque. E não se trata de uma simples confusão de nomes e nem mesmo podemos dizer que o sumo sacerdote da época tinha dois nomes, pois na realidade Abiatar era filho de Aimeleque, fato conhecido pelos judeus da época. A linhagem sacerdotal era coisa séria para os judeus, tinham-se registros de todos os sumo sacerdotes e o mais impressionante nesta história é que o relato de Samuel fazia parte dos livros sagrados dos judeus. O escritor de Marcos podia facilmente consultar o registro, além disso, as histórias envolvendo o famoso rei Davi eram muito conhecidas entre os judeus. Portanto, como pôde o escritor de Marcos cometer esse grave erro histórico? Como explicar uma gafe histórica tão ridícula como esta?

     Existem relatos no Novo Testamento em que diferentes escritores contam o mesmo fato, o interessante é que em muitos destes relatos existem contradições impressionantes. Por exemplo, o escritor de Marcos diz que Jesus foi morto no 1º dia dos Pães não fermentados, quer dizer, depois do começo da páscoa (Marcos 14:12). Já o escritor do livro de João afirma categoricamente que Jesus morreu na preparação para a páscoa, quer dizer, antes do começo da páscoa (João 19:14).

     O relato de Lucas sobre o nascimento de Jesus diz que após seu nascimento, José e Maria regressaram a Nazaré um mês depois de terem ido a Belém e depois a Jerusalém, cumprindo os ritos da purificação (Lucas 2:21-39). Porém o livro de Mateus diz que, após o nascimento de Jesus, José e Maria fugiram para o Egito e ali ficaram até a morte de Herodes (Mateus 2:1-23).

     No livro de Gálatas, o escritor se identificando como o próprio apóstolo Paulo, diz que depois de sua conversão no caminho para Damasco, ele não foi a Jerusalém encontrar-se com aqueles que eram apóstolos antes dele, primeiro foi para a Arábia, depois voltou para Damasco, e só depois de três anos é que finalmente ele foi a Jerusalém (Gálatas 1:16-18). Entretanto, o livro de Atos dos apóstolos diz claramente que a primeira coisa que Paulo fez ao deixar Damasco foi ir a Jerusalém onde se encontrou com os apóstolos de Jesus (Atos 9:1-26).

     Em Mateus 8:5 diz que quando Jesus entrou em Cafarnaum, “veio a ele um oficial do exército, suplicando que Jesus curasse o servo dele”. Mas em Lucas 7:3 diz que este oficial do exércitoenviou anciãos dos judeus para lhe pedirem que curasse seu servo. Afinal, foi o oficial do exército que falou com Jesus, ou foram os anciãos dos judeus?

     No relato de Mateus 20:20, 21 lemos que se aproximou de Jesus a mãe dos filhos de Zebedeu, prestando-lhe homenagem e pedindo que seus filhos obtivessem a posição mais favorecida quando Jesus entrasse no seu reino. Já no relato de Marcos 10:35-37 lemos que Tiago e João, os dois filhos de Zebedeu, aproximaram-se de Jesus pedindo uma posição mais favorecida quando Jesus entrasse no seu reino. Qual relato está correto? Foi à mãe dos filhos de Zebedeu ou foram os próprios filhos que interrogaram Jesus?

     O livro de Lucas, ao descrever a transfiguração de Jesus, diz que este evento ocorreu oito dias depois de Jesus ter prometido aos seus discípulos que alguns deles não provariam a morte, até que primeiro vissem Jesus na glória de seu reino, o que ocorreu na dita transfiguração (Lucas 9:27, 28). Só que os relatos paralelos do mesmo evento dizem que a transfiguração ocorreuseis dias depois das palavras de Jesus (Mateus 17:1; Marcos 9:2).

     Em Mateus 20:29-34 relata-se a cura de dois cegos feita por Jesus quando estava saindo da cidade de Jericó. Porém, em Marcos 10:46-52 diz que na realidade era apenas um cego, o escritor inclusive revela seu nome, Bartimeu (filho de Timeu). Já em Lucas 18:35-43 fala que Jesus curou este cego chegando em Jericó. E agora? Eram dois cegos ou apenas um? Jesus fez esta cura saindo ou chegando na cidade de Jericó?

     Em Mateus 27:49, 50 diz claramente que um soldado pega uma lança e perfura Jesus enquanto ele ainda está vivo, depois disso ele clama a Deus e morre. Porém, no relato paralelo de João 19:33, 34 é dito que depois que os soldados confirmaram que Jesus estava morto, note bem, depois da morte de Jesus um soldado pega a lança e perfura Jesus. Afinal, Jesus foi perfurado enquanto estava vivo ou depois de morto?

     Marcos 15:38 diz que após Jesus dar seu último suspiro e morrer, a cortina do templo se rasga em duas, portanto, o relato deixa bem claro que a cortina do templo se rasgou depois de Jesus morrer. Mas no relato paralelo de Lucas 23:45, 46 a cortina do templo se rasga antes de Jesus morrer, enquanto ainda está vivo. A cortina do templo se rasgou antes ou depois de Jesus morrer? Qual relato está dizendo a verdade?

     Em Mateus 21:17-19 Jesus amaldiçoa uma figueira depois que ele sai do templo e ela seca imediatamente depois de amaldiçoada. Mas no relato de Marcos 11:14-15, 20 Jesus amaldiçoa a figueira antes de ter entrado no templo e ela seca um dia depois de Jesus tê-la amaldiçoado.

     Mateus 8:2-4 diz que Jesus cura um leproso. Na continuação do relato no versículo 14 Jesus entra na casa de Pedro e cura sua sogra. Portanto, segundo este relato Jesus curou o leprosoantes de visitar a casa de Pedro e curar sua sogra. Entretanto, o relato de Marcos 1:29 diz claramente que Jesus visita a casa de Pedro primeiro, cura sua sogra e depois de sair ele cura o leproso conforme mostra os versículos 40-42. Assim, segundo o relato de Marcos Jesus curou o leproso depois de visitar a casa de Pedro.     

     Mateus 21:2-7 nos fala que Jesus mandou dois discípulos levarem uma jumenta e um jumentinho para ele. Já o relato de Marcos 11:2-7 diz que Jesus mandou os dois discípulos levaremapenas um jumentinho e assim eles fizeram. Agora eu lhe pergunto: os dois discípulos levaram uma jumenta e um jumentinho ou apenas um jumentinho? Será que o escritor do livro de Marcos tinha alguma coisa contra a coitada da jumenta a ponto de nem mesmo citá-la em seu relato?    

        Atos 9:7 relata que quando Paulo estava a caminho de Damasco para perseguir os cristãos, teve uma visão e ficou cego. Durante esta visão os homens que iam com ele, segundo o relato, ouviram a voz que falava com Paulo, mas não viram ninguém. Entretanto, em Atos 22:9 diz claramente que neste mesmo acontecimento, os homens que estavam com Paulo não ouviram a voz daquele que falava com Paulo. E agora? Na conversão de Paulo, os que estavam com ele ouviram vozes ou não ouviram?

     Outro relato confuso na bíblia trata da morte de Judas. O relato de Mateus descreve o acontecimento desta forma:

     “Então Judas, que o traiu, vendo que tinha sido condenado, sentiu remorso e devolveu as trinta moedas de prata aos principais sacerdotes e anciãos, dizendo: Pequei quando traí sangue justo. Eles disseram: Que temos nós com isso? Isso é contigo!  De modo que ele lançou as moedas de prata dentro do templo e retirou-se, e, tendo saído, enforcou-se. Mas os principais sacerdotes tomaram as moedas de prata e disseram: Não é lícito deitá-las no tesouro sagrado, porque são o preço de sangue. Depois de se consultarem entre si, compraram com elas o campo do oleiro, para enterrar os estranhos. Aquele campo veio por isso a ser chamado de ‘Campo de Sangue’, até o dia de hoje. Cumpriu-se assim aquilo que fora falado por intermédio de Jeremias, o profeta, que disse: E tomaram as trinta moedas de prata, o preço do homem com que foi avaliado, daquele a quem alguns dos filhos de Israel puseram um preço, e deram-nas pelo campo do oleiro, segundo o que Jeová me tinha ordenado” (Mateus 27:3-10).

     Fica claro que segundo Mateus, Judas lança as moedas no templo e sai para se enforcar. Os sacerdotes de posse deste dinheiro resolvem comprar um campo com ele e chamá-lo de campo do oleiro. Depois o texto diz que o fato de Jesus ser traído por trinta moedas de prata cumpriu uma profecia de Jeremias, entretanto, Jeremias nunca falou isso, nem algo semelhante a isso. Pois bem, agora veja o relato dos Atos dos Apóstolos:

     “Homens, irmãos, era necessário que se cumprisse a escritura, que o espírito santo predissera pela boca de Davi a respeito de Judas, que se tornou guia dos que prenderam a Jesus, porque tinha sido contado entre nós e obtivera uma parte neste ministério. (Este mesmo homem comprou um campo com o salário da injustiça, e, jogando-se de cabeça para baixo, rebentou ruidosamente pelo meio e se derramaram todos os seus intestinos. Também todos os habitantes de Jerusalém ficaram sabendo disso, de modo que aquele campo foi chamado na língua deles Acéldama, isto é: Campo de Sangue) (Atos 1:16-19).

     Conforme pôde observar acima, o livro dos Atos dos Apóstolos traz uma versão totalmente diferente, Judas não lança mais o dinheiro no templo, pelo contrário, ele mesmo compra o tal terreno com as trinta moedas de prata e joga-se de cabeça neste local. Como consequência de sua queda seus intestinos são expostos. Devido a esta tragédia o campo recebe o nome de Campo de Sangue.

     Agora, para aumentar ainda mais a confusão, arqueólogos encontraram em 1970 no deserto Egípcio de El Minya, um manuscrito encadernado em couro que foi copiado por volta do ano 300 depois de Cristo. Tal manuscrito circulou entre vendedores de antiguidades, até chegar à Europa e, depois, aos Estados Unidos, onde permaneceu no cofre de um banco de Long Island por 16 anos, até ser novamente comprado no ano 2000, pelo antiquário suíço Frieda Nussberger-Tchacos. Preocupado com sua possível deterioração, o antiquário entregou o manuscrito à fundação suíça Maecenas Foundation for Ancient Art em fevereiro de 2001, a fim de preservá-lo e traduzi-lo. Após a restauração do documento, o trabalho de análise e tradução foi confiado a uma equipe dirigida pelo professor Rudolf Kasser, aposentado pela Universidade de Genebra. O documento está mantido agora em um museu do Cairo. O evangelho já citado por Santo Irineu de Lyon, no século II descreve uma outra versão completamente diferente.Ao contrário das versões de Mateus e dos Atos dos Apóstolos, o texto em questão indica que Judas era um iniciado que traiu Jesus a pedido dele próprio para a redenção da humanidade. Segundo esse evangelho Judas teria "sido perdoado por Jesus e orientado a se retirar para fazer exercícios espirituais no deserto". Agora você decide quem esta falando a verdade (Elaine Pagels, Reading Judas: The Gospel of Judas and the Shaping of Christianity, 2007, Viking Press.ISBN 0-670-03845-8).

     A própria bíblia diz que para um relato ser considerado verdadeiro, deve ser confirmado pela boca de duas ou três testemunhas (Deuteronômio 19:15; Mateus 18:16; João 8:17; 2ªCoríntios 13:1; 1ªTimóteo 5:19; Hebreus 10:28). Obviamente tais testemunhos têm de ser coerentes, sem contradições ou divergências. Imagine você tentando investigar um acontecimento interrogando as testemunhas. Suponha que cada uma conte uma versão diferente, uma contradizendo a outra, a que conclusão você chegaria? Com certeza a versão que corresponde à verdade é só uma, ou pior, todos podem estar mentindo.

     Muitos tentam justificar tais contradições dizendo que os relatos se complementam, quer dizer, um dá detalhes que o outro não deu e assim juntando todos eles, passamos a ter um quadro mais nítido do que realmente aconteceu. Raciocínio interessante se os relatos realmente se complementassem, mais não é isso que observamos. Relatos para serem complementares não podem se contradizer. Uma coisa são relatos que se complementam e outra muito diferente são relatos que se contradizem.

     Por exemplo, suponhamos que um colega lhe relate um acontecimento. Ele lhe diz que viu um homem que desceu de uma moto as 9:00 horas da manhã, entrou numa joalheria e a assaltou apenas com uma faca. Daí chega outro colega e relata outros detalhes que complementam o relato do primeiro. Ele diz que o homem era alto e gordo, usava uma jaqueta de couro, sua moto era vermelha e a faca que ele usava era bem grande. Como vimos, um relato não contradisse o outro, ele apenas complementou dando mais detalhes que talvez o outro por distração ou por não ser tão observador não percebeu.

      Agora veja o mesmo exemplo, só que agora os dois relatos não vão se complementar, vão se contradizer. Um colega lhe diz que viu um homem alto e gordo usando uma jaqueta de couro descer de uma moto vermelha as 9:00 da manhã, entrar numa joalheria e a assaltar apenas com uma faca. Daí chega outro e relata que na realidade eram dois homens e eles eram magros e baixos, os dois usavam blusas de lã e desceram de uma moto azul as 7:00 horas da noite, entraram na joalheria e a assaltaram com dois rifles. Observamos que nesse segundo exemplo os relatos não foram complementares, muito pelo contrário, eles foram contraditórios. Os relatos bíblicos apresentados aqui estão muito longe de serem complementares como afirmam certos religiosos. Na verdade esta é mais uma tentativa deles de dar algum sentido a sua fé. Eles não estão dispostos a enxergar a realidade. Eles precisam defender a bíblia a qualquer custo, mesmo que isso vá contra todas as evidências.

Outra forte evidência da fragilidade dos textos bíblicos são as inúmeras incoerências encontradas em diversos relatos. Muitos religiosos afirmam que já leram a bíblia várias vezes e não encontraram nenhuma incoerência. Dizem que um livro inspirado por Deus não pode conter contradições. Realmente, se a bíblia fosse um livro inspirado por Deus não existiriam contradições pois ele não permitiria que informações conflitantes fossem colocadas em seu livro. Afinal, como poderia Deus inspirar homens a escrever informações erradas que poderiam confundir seus leitores? Porém, se fizermos uma pesquisa meticulosa da bíblia encontraremos diversas incoerências, conforme veremos a seguir. Gostaria de ressaltar que todos estes relatos são paralelos, ou seja, narram o mesmo evento.

Quando Moisés subiu no monte para receber os dez mandamentos o relato de Êxodo 31:18 diz: “Ora, assim que acabou de falar com ele no monte Sinai, passou a dar a Moisés duas tábuas do Testemunho, tábuas de pedra, inscritas pelo dedo de Deus”. Porém, quando Moisés desceu do monte e viu que seu povo estava adorando um bezerro de ouro ele se enfureceu e jogou as tábuas escritas pelo próprio Deus no chão quebrando-as. Depois disso o povo se arrependeu e Deus resolveu perdoá-los. Passado toda esta confusão, Deus diz a Moisés que arrume outras pedras para que ele escreva novamente nelas as leis. Assim fez Moisés, e foi subir novamente o monte Sinai com as novas tábuas na mão para que Deus escrevesse nelas as leis, mas, surpreendentemente Deus apenas dita as leis para que Moisés as escreva. O relato diz: “E Jeová prosseguiu, dizendo a Moisés: “Escreve para ti estas palavras, porque é de acordo com estas palavras que deveras concluo um pacto contigo e com Israel.” E ele continuou ali com Jeová quarenta dias e quarenta noites. Não comeu pão nem bebeu água. E ele (Moisés) passou a escrever nas tábuas as palavras do pacto, as Dez Palavras” (Êxodo 34:27, 28). Até aí tudo bem, Deus escreveu nas primeiras tábuas que se quebraram e Moisés escreveu as tábuas substitutas. Só que o livro bíblico de Deuteronômio relatando o mesmo episódio conta uma versão diferente. A primeira parte da história está igual, as primeiras tábuas foram escritas pelo dedo de Deus: “então Jeová me deu as duas tábuas de pedra inscritas pelo dedo de Deus; e nelas havia todas as palavras que Jeová vos falara no monte, do meio do fogo, no dia da congregação” (Deuteronômio 9:10). Porém, a segunda parte está diferente: “Naquele mesmo tempo me disse o Senhor: Alisa duas tábuas de pedra, como as primeiras, e sobe a mim ao monte, e faze uma arca de madeira. Nessas tábuas escreverei as palavras que estavam nas primeiras tábuas, que quebraste, e as porás na arca. Assim, fiz uma arca de madeira de acácia, alisei duas tábuas de pedra, como as primeiras, e subi ao monte com as duas tábuas nas mãos. Então o Senhor escreveu nas tábuas, conforme a primeira escritura, os dez mandamentos, que ele vos falara no monte, do meio do fogo, no dia da assembléia; e o Senhor as deu a mim” (Deuteronômio 10:1-4). Afinal quem escreveu as segundas tábuas. Em Êxodo foi Moisés, já em Deuteronômio foi o próprio Deus. Qual das duas versões você acha que foi a verdadeira?

Uma certa ocasião, segundo a bíblia o grande Rei Davi faz um censo do povo. Existem dois relatos na bíblia deste acontecimento, um no livro de 2ª Samuel e o outro no livro de 1ª Crônicas. Entretanto tais relatos são contraditórios, conforme você verá. Vamos ver primeiro o relato de 2ª Samuel 24:1: “A ira de Jeová tornou a acender-se contra Israel, e ele incitou a Davi contra eles, dizendo: Vai, levanta o censo de Israel e Judá”. Como você pode notar, o relato de 2ª Samuel afirma claramente que Jeová incitou Davi a fazer o censo, porque Ele estava irado contra o povo e queria castigá-los. Como castigo por ter feito este tal censo, Deus dá três opções a Davi: “Concordemente, Gade entrou até Davi e informou-o, e disse-lhe: Devem vir sobre ti sete anos de fome na tua terra, ou três meses em que foges diante dos teus adversários, perseguindo-te eles, ou a ocorrência de três dias de pestilência na tua terra? Agora sabe e vê o que devo responder Àquele que me envia” (2ª Samuel 24:13). Davi deveria escolher, sete anos de fome sobre o seu país, três meses fugindo dos seus inimigos ou três dias de doenças no país. O relato de 1ª Crônicas e bem diferente: “E Satanás passou a pôr-se de pé contra Israel e a instigar Davi a recensear Israel... Por conseguinte, Gade entrou até Davi e disse-lhe: Assim disse Jeová: ‘Faze a tua escolha: se há de haver três anos de fome; ou se por três meses há de haver um arrasamento diante dos teus adversários e para [te] alcançar a espada dos teus inimigos, ou se por três dias há de haver a espada de Jeová, sim, pestilência no país, o anjo de Jeová arruinando todo o território de Israel.’ E agora vê o que devo responder Àquele que me envia” (1ª Crônicas 21:1, 11-12). Agora foi o diabo que instigou Davi a fazer o tal censo, e o castigo mudou, são três anos de fome e não sete como registrado em 2ª Samuel. O que você acha que realmente aconteceu?

Até mesmo na simples descrição de um objeto os escritores da bíblia se contradizem. O relato de 1ª Reis 7:26 diz que o tamanho do mar de fundição construído no templo de Salomão cabia a medida de dois mil Batos de água, equivalente a 44 mil litros. Já no relato paralelo de 2ªCrônicas 4:5 diz que nele cabia a medida de três mil Batos de água, equivalente a 66 mil litros.

Quantas baias ou estábulos para cavalos Salomão tinha? Bem segundo 1ª Reis 4:26 eram quarenta mil: “E Salomão veio a ter quarenta mil baias para cavalos, para os seus carros, e doze mil cavaleiros”. Porém, 2ª Crônicas 9:25 diz que eram quatro mil: “E Salomão veio a ter quatro mil baias para cavalos, e carros, e doze mil corcéis, e manteve-os aquartelados em cidades de carros e perto do rei em Jerusalém”.

Como o rei Saul morreu? Pelo que diz 1ª Samuel 31:4 ele suicidou-se: “Saul disse então ao seu escudeiro: Puxa a tua espada e traspassa-me com ela, para que não venham estes incircuncisos e certamente me traspassem, e abusem de mim. E seu escudeiro não quis, porque estava com muito medo. Saul tomou, pois, a espada e lançou-se sobre ela”. Mas pelo relato de 2ª Samuel 1:9, 10 ele foi assassinado: “Então ele disse: Por favor, fica de pé sobre mim e entrega-me definitivamente à morte, pois se apoderou de mim a cãibra, porque toda a minha alma está ainda em mim. De modo que fiquei de pé sobre ele e o entreguei definitivamente à morte, porque eu sabia que não podia viver depois de ter caído. Tomei então o diadema que havia na sua cabeça e o bracelete que tinha no braço, a fim de trazê-los para cá ao meu senhor”.

Quantos eram os chefes de oficiais de Salomão? Segundo o relato de 2ª Crônicas 8:10 eram duzentos e cinqüenta: “Estes eram os chefes dos prepostos que pertenciam ao Rei Salomão, duzentos e cinqüenta, os capatazes sobre o povo. Entretanto no livro de 1ª Reis 9:23 diz que eles eram quinhentos e cinquenta: “Estes eram os chefes dos prepostos que estavam sobre a obra de Salomão: quinhentos e cinqüenta, os capatazes sobre o povo que se empenhava na obra”.

Quem foi o sucessor do rei Josias? Pelo que diz Jeremias 22:11 não foi outro senão Salum: “Pois assim disse Jeová concernente a Salum, filho de Josias, rei de Judá, que reina em lugar de Josias, seu pai, que saiu deste lugar: Não mais retornará para ali”. Mas 2ª Crônicas 36:1 diz claramente que foi Jeoacaz: “O povo da terra tomou então a Jeoacaz, filho de Josias, e o fez rei em lugar de seu pai em Jerusalém”.

Onde Arão morreu? Números 33:38 nos revela que foi no monte Hor: “E Arão tinha cento e vinte e três anos de idade ao morrer no monte Hor”. Porém, Deuteronômio 10:6 insiste em dizer que foi em Moserá: “E os filhos de Israel partiram de Beerote Bene-Jaacã para Moserá. Arão morreu ali e foi enterrado ali; e Eleazar, seu filho, começou a atuar como sacerdote em seu lugar”.

O que aconteceu com os habitantes de Debir? Josué 10:38, 39 relata que a cidade foi totalmente destruída pelos exércitos de Josué não sobrando nenhum sobrevivente: “Finalmente, Josué voltou a Debir, e todo o Israel com ele, e começou a guerrear contra ela. E foi capturar a ela e a seu rei, e todas as suas cidades, e passaram a golpeá-los com o fio da espada e a devotar à destruição toda a alma que havia nela. Não deixou restar sobrevivente.” Calebe, amigo pessoal de Josué, algum tempo depois foi se estabelecer na região e segundo o relato do livro de Josué 15:15 a cidade e seus habitantes ainda estavam lá: “Então subiu dali até os habitantes de Debir”.

Quantos filhos teve Jessé o pai do rei Davi? Pelo que lemos em 1ª Samuel 16:10, 11 Davi tinha sete irmãos, portanto ele era o oitavo filho de Jessé: “Assim, Jessé fez passar sete dos seus filhos diante de Samuel; todavia, Samuel disse a Jessé: Jeová não escolheu a estes. Por fim, Samuel disse a Jessé: São estes todos os rapazes? A isto ele disse: O mais moço foi deixado fora até agora, e eis que está pastoreando as ovelhas”. Mas, 1ª Crônicas 2: 13-15 não deixa dúvidas, Davi tinha seis irmãos e era o sétimo filho de Jessé: “Jessé, por sua vez, tornou-se pai do seu primogênito, Eliabe, e de Abinadabe, o segundo, e de Siméia, o terceiro, de Netanel, o quarto, de Radai, o quinto, de Ozem, o sexto, de Davi, o sétimo”.

Quantos cavaleiros do rei Hadadezer Davi capturou em batalha? 2ª Samuel 8:3, 4 confirma sem sombra de dúvida que foram mil e setecentos cavaleiros: “E Davi prosseguiu, golpeando a Hadadezer, filho de Reobe, rei de Zobá, quando ia para restabelecer seu controle junto ao rio Eufrates. E Davi chegou a capturar dele mil e setecentos cavaleiros e vinte mil homens a pé; e Davi passou a jarretar todos os cavalos dos carros, mas deixou sobrar cem cavalos de carros”. Já 1ª Crônicas 18:3, 4 afirma categoricamente que foram sete mil cavaleiros: “E Davi prosseguiu, golpeando Hadadezer, rei de Zobá, em Hamate, quando ia para estabelecer seu controle junto ao rio Eufrates. Além disso, Davi capturou dele mil carros, e sete mil cavaleiros, e vinte mil homens a pé. Davi jarretou então todos os cavalos dos carros, mas deixou remanescer cem cavalos de carros”.

Na guerra contra os sírios, quantos condutores de cavalos o exército de Davi matou? 2ª Samuel 10:18 afirma que foram setecentos: “E os sírios puseram-se em fuga diante de Israel; e Davi chegou a matar dos sírios setecentos condutores de carros e quarenta mil cavaleiros, e a Sobaque, chefe do exército deles, ele golpeou de modo que morreu ali”. Porém, 1ª Crônicas 19:18 diz que foram sete mil: “Mas os sírios se puseram em fuga por causa de Israel; e Davi foi matar dos sírios sete mil condutores de carros e quarenta mil homens a pé, e entregou à morte o próprio Sofaque, chefe do exército”.

Quando Davi resolveu fazer o censo de todo povo de Israel, quais foram os resultados? Pelo que diz 2ª Samuel 24:9 os números foram, 800.000 homens aptos para manejar a espada em Israel e 500.000 homens em Judá: “Joabe deu então ao rei o número do registro do povo; e Israel somou oitocentos mil homens valentes que puxavam da espada, e os homens de Judá eram quinhentos mil homens”. O problema é que 1ª Crônicas 21:5 diz que eram 1.100.000 homens aptos para manejar a espada em Israel e 470.000 homens em Judá: “Joabe deu então a Davi o número do registro do povo; e todo o Israel somou um milhão e cem mil homens que puxavam da espada, e Judá, quatrocentos e setenta mil homens puxando da espada”.

Quanto Davi pagou pela eira ou terreno de Ornã que também era chamado de Araúna? 2ª Samuel 24:24 diz com todas as letras que foram pagos 50 siclos de prata: “No entanto, o rei disse a Araúna: Não, mas sem falta a comprarei de ti por um preço; e não oferecerei sacrifícios queimados a Jeová, meu Deus, sem custo. Por conseguinte, Davi comprou a eira e o gado por cinqüenta siclos de prata”. Já o relato de 1ª Crônicas 21:25 mostra um Davi bem mais generoso pagando 600 siclos de ouro: “De modo que Davi deu a Ornã pelo lugar siclos de ouro no peso de seiscentos”.

Quando Nabucodonosor rei de Babilônia conquistou a terra de Judá quantos homens que tinham acesso íntimo com o rei foram levados com ele? O relato de 2ª Reis 25:19 deixa claro que foram cinco: “e da cidade tomou um oficial da corte, que tivera o comando sobre os homens de guerra, e cinco homens dos que tiveram acesso ao rei, que se achavam na cidade; e o secretário do chefe do exército, aquele que recrutara o povo da terra, e sessenta homens do povo da terra, que se achavam na cidade”. Só que no livro de Jeremias 52:25 diz que foram exatamente sete homens: “e da cidade ele tomou um oficial da corte, que viera a ser o comissário sobre os homens de guerra, e sete homens dos que tinham acesso ao rei, que se achavam na cidade, e o secretário do chefe do exército, e aquele que recrutava o povo da terra, e sessenta homens do povo da terra, que se achavam no meio da cidade”.

Aonde morreu o rei Josias? Pelo relato de 2ª Reis 23:29, 30 Josias morreu no campo de batalha de Megido: “Nos seus dias subiu Faraó Neco, rei do Egito, contra o rei da Assíria junto ao rio Eufrates, e o Rei Josias passou a sair para enfrentá-lo; mas, assim que o viu, este o entregou à morte em Megido. Portanto, seus servos o transportaram morto num carro desde Megido e o trouxeram a Jerusalém, e enterraram-no no seu sepulcro”. Agora, pelo relato de 2ª Crônicas 35:23, 24 o rei Josias foi ferido em seu carro de batalha no campo de Megido, pediu que seus servos o colocassem num outro carro de guerra e neste ele retornou a Jerusalém para ali morrer: “E os atiradores foram atirar contra o Rei Josias, de modo que o rei disse aos seus servos: Tirai-me daqui, porque fui seriamente ferido. Portanto, seus servos tiraram-no do carro e fizeram-no andar no segundo carro de guerra que era dele, e levaram-no a Jerusalém. Assim morreu ele e foi enterrado no cemitério de seus antepassados; e todo o Judá e Jerusalém pranteavam por Josias”.

Quantos filhos teve Mical, esposa do rei Davi? Pelo que diz o livro bíblico de 2ª Samuel 6:23 ela morreu sem ter filhos: “Assim, no que se refere a Mical, filha de Saul, ela não veio a ter nenhum filho até o dia da sua morte”. Mas segundo o relato de 2ª Samuel 21:8 ela teve cinco filhos: “Conseqüentemente, o rei tomou os dois filhos de Rispa, filha de Aiá, que ela dera à luz a Saul, Armoni e Mefibosete, e os cinco filhos de Mical, filha de Saul, que ela dera à luz a Adriel, filho de Barzilai, o meolatita”.

Como foi a genealogia de Jesus? Segundo o evangelho de Mateus Jesus foi filho de José, que foi filho de Jacó (Mateus 1:16), o pai de Sealtiel foi Jeconias (Mateus 1:12), Abiúde era filho de Zorobabel (Mateus 1:13), Jorão era o pai de Ozias que era o pai de Jotão (Mateus 1:8-9), Josias era o pai de Jeconias (Mateus 1:11) e Zorobabel era filho de Sealtiel (Mateus 1:12). Porém, o evangelho de Lucas assegura categoricamente que Jesus foi filho de José, que foi filho de Eli (Lucas 3:23), o pai de Sealtiel foi Néri (Lucas 3:27) e Resa foi filho de Zorobabel (Lucas 3:27). Entretanto, em Crônicas são citados os nomes de todos os filhos de Zorobabel, mas nem Resa e nem Abiúde estão entre eles (1ª Crônicas 3:19-20), Jeorão (Jorão?) era o pai de Acazias, do qual nasceu Jeoás, que gerou Amazias, que foi pai de Azarias que, finalmente, gerou Jotão (1ª Crônicas 3:11-12), Josias era o avô de Jeconias (1ª Crônicas 3:15-16), Zorobabel era filho de Fadaia e Sealtiel era tio dele (1ª Crônicas 3:17-19).

Se a bíblia fosse realmente um livro inspirado por Deus como explicar tais discrepâncias? Se Deus orientava os escritores, como justificar tais diferenças em relatos paralelos, contando o mesmo evento? Se foram erros dos copistas ou tradutores nas inúmeras cópias e recopias e traduções para outras línguas, porque Deus permitiu que tais erros acontecessem? Porque não interferiu impedindo que tais erros corrompessem suas palavras? Estas contradições foram descobertas única e exclusivamente porque tais relatos foram narrados por dois escritores diferentes, são relatos paralelos descrevendo o mesmo evento. E todos os demais relatos bíblicos que não tem descrições paralelas? Relatos que foram narrados por apenas um escritor? Quem garante que nestes relatos também não existem erros? Fica difícil basear toda nossa confiança e esperança, moldar nossa vida num livro que contêm tantas incoerências e erros que podem ter acontecido tanto na escrita original quanto nas várias cópias e traduções feitas durante milênios.

INCOERÊNCIAS BÍBLICAS

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