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No que considero o episódio mais obscuro deste Site  , passamos a assistir uma série de artigos sobre o espiritismo. Para perplexidade de muitos, devido aos comentários demolidores  estes foram proibidos de serem vinculados aos artigos . O espiritismo é uma pratica que cada vez mais se aproxima do charlatanismo e tem consequencias nefastas ao se afirmar como ciência. 

 

Por que não devemos compactuar com a Psicografia?

A psicografia é uma técnica de escrita usada por alguns “médiuns” para tentar convencer outras pessoas da existência de espíritos e da possibilidade de comunicação com os mortos. Historicamente, a psicografia foi utilizada por Allan Kardec, na França, para elaborar sua teoria espiritual e fundar o espiritismo. Após ver mesas levitando e girando sozinhas, Kardec jurou que os espíritos poderiam mover objetos e, até mesmo, sua própria mão. Assim, Kardec fez mais de mil perguntas para os espíritos e obteve todas as respostas, escrevendo-as por si mesmo. Mas, aqui no Brasil, a consagração da psicografia se deu com Chico Xavier, que ficou reconhecido popularmente por suas cartas de amor e compaixão, assinadas em nome de pessoas mortas. Chico recusou dinheiro e optou por uma vida bem humilde, mas alcançou o estrelato de comunicador do mundo espiritual às custas da propagação da doutrina espírita herarquizadora e pré-destinadora de Allan Kardec. Entretanto, o que algumas pessoas não sabem é que, há tempos, Chico Xavier foi desmascarado por Waldo Vieira (amigo pessoal de Chico), que revelou como funcionavam os truques de escrita usados para obter as informações específicas sobre os mortos e convencer as pessoas com as cartas psicografadas endereçadas aos seus parentes. Com isso, a psicografia passou a ser mais questionada, tanto pela sua metodologia prática altamente artificial, quanto pela sua utilização tendenciosa e manipuladora.

Sobre Chico, o que Waldo Vieira revelou foi que Chico não atuava sozinho, e muitas informações específicas como nome do morto, data de falecimento, apelidos e outras informações mais pessoais eram repassadas para Chico através de terceiros. Waldo Vieira dizia que outras pessoas, que estavam ao lado dos “médiuns”, circulavam pelas salas de espera, coletavam algumas informações com as mães desesperadas e as transmitiam para o “médium” diretamente ao pé do ouvido, ou as registrava em cartas enviadas para o “médium”. Um simples exemplo disso seria: “Olha, Chico, uma senhora de nome Maria de Fátima, de 59 anos, irá lhe procurar no próximo domingo para receber informação de seu filho João Pereira Neto, que morreu num terrível acidente de carro aos 35 anos de idade. As pessoas chamavam ele de Neto, e ele deixou duas filhas Beatriz e Isabel de 10 e 11 anos.” Somente com essas informações precisas à mão, qualquer pessoa que saiba redigir um texto poderia escrever uma carta imaginativa para esta mesma mãe aflita, usando cada informação estrategicamente com mensagens de carinho, convencendo essa mãe sobre a autoria da mensagem ser de seu próprio filho. (Inclusive este é um dos tipos de treinamento utilizado no ensino de redação para aprimorar e treinar a argumentação no estilo narrativo). E o que sabemos sobre Chico Xavier é que ele, além de ter sido um grande leitor, também era um excelente escritor, e por isso não seria de se estranhar que ele tivesse tanta habilidade em demonstrar o seu talento nas cartas psicografadas.

Waldo vieira também relatou que, até mesmo, alguns parentes ou próprios amigos dessas mães “ajudavam” os médiuns na coleta de informações, auxiliando o repasse de informações com a intenção de “facilitar” que o espírito do morto pudesse se comunicar. Inclusive, algumas pessoas levavam a carteira de identidade da pessoa falecida, permitindo que a letra de sua assinatura fosse visualizada e copiada durante a elaboração da carta. E mesmo não conseguindo as mínimas informações, Chico também elaborava cartas generalistas, que só contavam com alguns termos e expressões padronizadas, servindo para que qualquer mãe eventualmente se identificasse diante seu desespero, como por exemplo: “minha querida mamãe”, “seu filho do coração”, “aos meus irmãos queridos”, “meu amado pai”. Da mesma forma, é curioso notar que a estratégia do convencimento também acontecia pelo reconhecimento da forma como se deu a morte da pessoa. Assim, as mães que procuravam respostas de filhos que cometeram suicídio eram padronizadas com o contexto do arrependimento e com mensagens de perdão. Já nas mortes que aconteciam por acidentes inesperados, as mensagens tranquilizavam as mães com a ideia de que o acidente já estava programado para acontecer, e de que o filho já estaria acolhido espiritualmente, confortando a mãe com frases de amor, que não foram ditas antes por ele enquanto vivo.

Também é interessante observar o fato de que algumas mães se convencerem, até mesmo, por apenas uma palavra ou apelido pessoal identificados na carta psicografada, e que somente ela acreditava que sabia. Ainda assim, há uma explicação para essas auto-identificações sentimentais: diante uma exposição grupal (por exemplo, como a sala de espera num centro espírita), e somado a eventos emocionais de perda ou trauma (a morte de um filho), alguns estudos em neurociência do comportamento humano demonstram que nossa memória é reeditada inconscientemente pelo nosso cérebro, e uma nova informação, mesmo sendo falsa, pode ser considerada real por mecanismos instintivos próprios, dependendo do nível emocional e social embutido naquele evento e naquela situação. Isso explica porque muitas mães se impressionavam tanto com alguns detalhes, mesmo quando eles não pareciam assim tão bem verdadeiros. Não é à toa Chico ter feito muito mais sucesso com as mães de filhos mortos, em comparação com outros familiares ansiosos por mensagens de um parente já falecido, tal a forte intensidade da identificação gerada pelo sentimento de perda de um filho com o conforto consolador de uma mensagem final.

Não é de se estranhar, portanto, o fato dessas cartas psicografadas serem elaboradas apenas dentro de centros espíritas e confinadas em salas com pessoas e contatos influentes, característica tão comum no movimento espírita (para quem já a conhece), pois é sempre algum amigo ou conhecido dentro do espiritismo que oferece uma ajuda ou fornece o convite para receber uma carta de um parente falecido. Na verdade, sempre haverá uma pequena ou mínima comunicação entre o “médium” e a família do morto, por mais distante e inexplicável que seja a relação entre eles. Até mesmo as pessoas de outros Estados viajavam até Minas Gerais, buscando ajuda de Chico. E, nesses casos, durante a recepção, ou até mesmo antes, muitas informações já eram repassadas boca-a-boca pelos próprios familiares e,por isso, sempre alguma informação chegava até o médium. O que diferencia nos vários casos dessas cartas é como as informações foram repassadas, em qual quantidade e intensidade elas são detalhadas para o “médium” e, principalmente, qual seria o grau de competência do “médium”. No caso de Chico, seu sucesso não estava ligado apenas à sua inteligência e astúcia na escrita. Ele fez um grande sucesso porque, aos poucos, ele foi cercado por um verdadeiro esquema que reunia médiuns e outros amigos que, além de saberem como transmitir algumas informações sem que as pessoas descobrissem ou desconfiassem, também construíram uma verdadeira cúpula imaginária e simbólica em torno da figura de Chico, idolatrando-o como o Deus da comunicação espiritual.

Mas o que há de comum entre esses “médiuns” que fazem cartas psicografadas é que todos eles são especialistas na identificação de padrões. O poder de convencimento está justamente ligado ao fato de saberem ponderar cautelosamente como transmitir uma ideia sobrenatural (no caso, a crença em espíritos), aliando a ela fatos verdadeiros sobre vida de uma pessoa. E em se tratando de manipuladores com alto grau de sabedoria, isso fica muito fácil de se fazer, quando o que está por trás é a dependência da identificação gerado por um sentimento de perda (a morte de um parente querido). É evidente que a fé é usada na manipulação dos sentimentos em favor de uma verdade convencionada pela troca de conforto. Pois se é a carência, e o fato de não saber lidar com a morte, que faz as pessoas buscarem a psicografia como forma de lamentarem suas dores, é preciso que as nossas emoções sejam melhor reconhecidas e treinadas por nós mesmos antes de nos apegarmos a qualquer tipo de crença e de buscar explicações místicas para algo que pode ser compreendido logicamente. E uma boa forma de impedir que nossa fé domine nosso pensamento é educar-se emocionalmente, ou seja, dominando nosso ego e permitindo que os nossos sentimentos sejam reconhecidos e superados com o equilíbrio da razão. Assim, nosso relacionamento com o mundo pode ser conquistado sem cair nas armadilhas mentais do ego e das religiões exploradoras da fé.

Por outro lado, as pessoas que compactuam com a psicografia (os espíritas e os simpatizantes do espiritismo) devem entender que não se provará a existência de vida após a morte apenas com depoimentos de mães esperançosas, ou simplesmente escrevendo algumas informações precisas em nome de algum morto. Tanto porque, conhecer informações específicas sobre alguém que já morreu não significa deter o poder de se comunicar com o mesmo. Falsas-evidências e generalizações não podem ser tomadas por verdades absolutas, principalmente quando sabemos que, nesses momentos de exaltação da fé, a nossa emoção é capaz de alterar a verdade e encobrir a razão. Por isso, é preciso entender que a hipótese sobre a comunicação espiritual só poderá ser confirmada quando houver evidências claras para isto, ou seja, estudos científicos com controle real e rigoroso dos dados e das informações. E é certo que naquela época de Chico, e no ambiente dos centros espíritas, isso não acontecia, já que não havia controle sobre as pessoas que organizavam as atividades espirituais e que se comunicavam diariamente e com certa liberdade entre o médium e o público.

Na verdade, para que se fosse possível testar a hipótese da comunicação espiritual pela psicografia, seria preciso que se montasse um experimento controlado, que seguisse uma metodologia rigorosa. Por exemplo, poderíamos criar um experimento convidando pessoas que tiveram familiares falecidos há pouco tempo, selecionado o público numa sala de espera, e criando um grupo controle de pessoas previamente identificadas com informações falsas sobre seus parentes mortos. Em seguida, seriam convocados médiuns voluntários (que atualmente fazem psicografia), para participarem de uma sessão mediúnica com estes mesmos participantes, num local de escolha dos próprios médiuns. Nesse cenário de recepção e acolhimento, os “médiuns” teriam contato com o público mas não saberiam identificar quais as pessoas estariam assumindo as identidades falsas. Dessa maneira, poderiam ser observados os resultados das psicografias, comparando-se de que forma os “médiuns” iriam psicografar cartas com as informações verdadeiras, e de que forma as psicografias seriam direcionadas para cada pessoa. Essa seria uma forma bem simples para se chegar a alguma conclusão sobre a comunicação espiritual.

Entretanto seria muito difícil de se encontrar, hoje, algum “médium” que aceite participar de experimentos controlados, e todos eles criarão inúmeras desculpas para não participarem de um evento como esse. Inclusive, isso já foi proposto por James Randi, nos EUA, que ofereceu 1 milhão de dólares para que qualquer pessoa demonstrasse qualquer manifestação ou efeito sobrenatural, que não pudesse ser explicada cientificamente. Em todas as tentativas, James Randi desmascarou muitos “médiuns”, que se consideravam paranormais, e outros charlatões ao vivo num programa de televisão. Mas, o fato é que a grana oferecida por Randi não atraiu esses “médiuns” espíritas, já que sua prática espiritual não é movida pelo dinheiro, mas sim pelo ego. E, em se tratando de ego, nenhum deles estariam dispostos a “por em cheque” suas atividades espirituais, já que a maioria não saberia lidar com o vergonhoso fato de poderem ser desmascarados e invalidados quanto aos seus falsos-poderes comunicativos.

E a explicação dos espíritas para esta técnica é tão surreal que são, no mínimo, três exigências (absurdos) que estamos aceitando sem questionar: primeiro, crer que espíritos existam; segundo, crer que o espírito possa se comunicar; e terceiro, crer que o médium possa entendê-las e transmiti-las. A teoria kardecista explica muito superficialmente como essas possíveis manifestações espirituais aconteceriam, usando conceitos fantasiosos e termos como “ectoplasma” e “materialização”, elaborados unicamente pela fé e impossíveis de serem testados a luz da razão. Por isso, não há formas de crer metodologicamente em uma doutrina que valoriza o artificialismo e comunga com o claramente irracional. O espiritismo de Kardec ultrapassa sua prepotência em querer explicar o mundo, e o que a religião espírita faz com a psicografia não é esclarecer com a verdade, mas sim oferecer um mecanismo para iludir as pessoas. E a ilusão é capaz de levar conforto para a dor da perda! Nesse sentido, é preciso que as pessoas reconheçam a atividade desses “médiuns” espirituais como uma conveniência comungada pela própria religião, e não como uma prática dotada de verdade absoluta.

Comparativamente, é da mesma forma que agem os mágicos ilusionistas, que tentam convencer o público de seus poderes sobrenaturais com seus incríveis truques visuais. Na verdade, os “médiuns” fazem na escrita, o que os mágicos fazem no palco. Entretanto, enquanto os mágicos atuam promovendo o entretenimento e a diversão, esses “médiuns” atuam explorando um sentimento de dor em troca da fé. O convencimento deixa de ser um entretenimento e passa a ser fonte de consagração de falsos-ídolos e de exploração da fé, através da valorização de um poder que não existe, mas que é conveniado para confortar as pessoas que não sabem lidar com a morte de seus parentes queridos. Mas ainda é possível ter uma fé sadia e racional, convivendo com religiões que admitem a imortalidade da alma, desde de que para isso não se utilizem de práticas artificiais ou que, principalmente, não abusem da identidade das pessoas mortas. Há muitas religiões mais humildes e menos prepotentes que o espiritismo, como por exemplo o budismo, que enfatizam a crença espiritual e que não realizam práticas artificiais.

Mas o grande problema, e o mais grave, dessa técnica é que escrever algo em nome de alguém, sem a devida autorização, é uma atitude que está ligada ao abuso de identidade. Por mais carinhosas ou caridosas que sejam as palavras no conteúdo das cartas endereçadas, e por mais que a intenção seja confortar a dor dessas mães, há muita covardia em se escrever algo no nome de alguém que não pode corrigir ou contradizer as afirmações que são ditas em seu nome. Imaginem como deva ser extremamente desconfortante viver uma vida com suas próprias escolhas e legítimas decisões, e diante sua morte, alguém ter a ousadia de usar seu nome para dizer as coisas das quais você se arrependeu ou não, as pessoas que amou ou não, as crenças que você realmente acreditou ou não e, até mesmo, a religião que decidiu seguir ou não. E o que esta prática tão tendenciosa permite, é reeditar a história de quem já viveu e recriá-la a partir da ótica espírita. Por exemplo, pessoas que são ateus e que não seguem doutrinas religiosas podem ser desmentidas, após sua morte, por “médiuns” que, em nome do morto, se arrependem de sua descrença escolhida autenticamente durante sua vida. Eles usam a psicografia e confessam, pelo morto, a sua nova crença em Deus e no próprio espiritismo, valorizando a própria religião e conquistando, dessa maneira, mais um seguidor.

Analisando friamente a atitude desses “médiuns”, não está muito longe dos crimes de falsidade ideológica. Nesses crimes, pessoas especializadas na capacidade de falsificação de documentos alteram o conteúdo dos mesmos para favorecimento de si próprio ou de terceiros. Comparando-se isto à psicografia, o favorecimento relativo ao primeiro caso seria se auto-consagrar com o poder sobrenatural; no segundo, valorizar a própria religião e atrair o público espírita. É claro que há uma grande diferença entre falsificadores de documentos (que agem de má-fé) e os “médiuns” psicográficos (que exploram a fé-cega), muito embora exista sim uma relação bem sutil entre eles. Mesmo assim, devemos compartilhar a ideia de que a inexistência (a morte) não deve permitir a falsificação da identidade. E, por mais que a crença dos espíritas em mediunidade, e em outras vidas, seja essencial para eles viverem consolados e iludidos com a promessa de vidas futuras, todos eles precisam entender que não devemos crer em fé que abusa da identidade das pessoas.

Este é o perigoso e covarde poder da manipulação que a estratégia espírita da psicografia utilizada para atrair muitos fiéis. Ao contrário do que ocorreu em outros países, como Portugal e na França, a difusão do espiritismo, aqui no Brasil, com as cartas de Chico Xavier, deu muito certo graças à ignorância e ao baixo nível educacional da maioria do povo deste país, que sempre tornou as pessoas alvos fáceis para a doutrinação religiosa em massa. Mas, atualmente, é muito fácil ter acesso à informação sobre as pessoas, inclusive as que já morreram, o que tem dificultado enormemente, hoje em dia, se envolver com o misticismo das técnicas psicográficas, sem que se desconfie ou se descubra como o médium conseguiu aquela informação específica. Por isso que, após a morte de Chico Xavier e a posterior revelação das técnicas e truques por Waldo Vieira, as cartas endereçadas foram deixadas relativamente de lado, e a psicografia passou a ser um método eficiente de escrita que os autores espíritas encontraram para divulgar o espiritismo com seus livros pessoais assinados em nome de espíritos. Assim, os novos “médiuns” divulgadores do espiritismo elaboram histórias fantasiosas de reencarnação e lições de moral com conceitos da doutrina kardecista e as publicam em formato de livro. Neste tipo de atuação, a psicografia se torna uma prática limitada à uma atividade pessoal, altamente introspectiva, pois é dotada do sentido literário, ou seja da criação imaginária como uma forma de expressão através da escrita.

Mas no geral, o que fazemos quando estamos compactuando com a psicografia das cartas endereçadas é, além de permitir que esses “médiuns” sustentem o falso-poder sobrenatural de comunicação com mortos e se auto intitulem promulgadores da profetização espiritual, também estamos permitindo que estes escritores se tornem capazes de abusar da identidade de alguém que não pode mais se defender. Tanto porque, até hoje, nenhum fato, evento, efeito ou manifestação sobre a existência espiritual foram realmente constatados ou comprovados por evidências claras. E isso já seria muito mais do que suficiente para entender que há muito charlatanismo e manipulação por trás de qualquer atividade que se afirme sobrenatural, mesmo aquelas que não cobram dinheiro por isto. Por isso, é preciso questionar e se entender realmente qual a verdadeira utilidade de se praticar esse tipo de escrita: um ritual simbólico para comungar o artificialismo de uma religião, ou um ato movido pelo ego do escritor para explorar a fé das pessoas?

Desmistificar a psicografia não significa enxergar a maldade na postura dos “médiuns”, pois muitos usam desse artificialismo pra promover o perdão e o amor, e não para o mal. Mas não é preciso abusar da identidade de uma pessoa morta para se promover a compaixão ou para confortar e convencer alguém sobre algo. É preciso que as pessoas reconheçam melhor o limite racional de atuação do ser humano, incluindo aí o respeito à identidade das pessoas que já morreram. Crer em vidas futuras e imortalidade da alma é uma coisa, agora abusar da identidade de pessoas mortas e sustentar falso-poder comunicativo para se tentar comprovar as crenças espirituais e convencer outras pessoas disso é uma atitude irracional, condizente com a exploração gratuita da fé. Não podemos endeusar falsos-ídolos pela mistificação de suas atitudes. Não vivemos no mundo dos “X-MENS” onde uns desenvolvem capacidades sobrenaturais superiores aos outros. É tempo de nos reconhecermos pela simplicidade da vida e da humildade do nosso campo de ação. Os misticismos do passado devem ser deixados de lado para que possamos evoluir como sociedade. As religiões que consagram o visivelmente irracional jamais evoluirão. E, como buscam a evolução, os espíritas só irão realmente evoluir quando abandonarem definitivamente a psicografia como método de comprovação da comunicação “espiritual”, e passarem a reconhecê-la apenas como uma obra de ficção, dotada de conteúdo literário, de valor simbólico e uso exclusivamente religioso.

Ainda assim, acredito que o movimento espírita possa repensar a doutrina kardecista hierarquizadora e seus métodos artificiais e irracionais. Mas, muitos “médiuns” não gostariam da ideia de perder o tão suado posto de endeusamento espiritual alcançado por eles na referência da psicografia dentre o público espírita. Por isso, é preciso que os espíritas (as pessoas de coração puro e de boas intenções) perdoem todos esses “médiuns” por terem se esforçado além do racional para confortar as pessoas, e que se satisfaçam com outros meios para confortarem sua dor e inconformidade com a morte, sem que para isso consagrem falsos-profetas, sustentem poderes sobrenaturais inexistentes ou abusem da identidade de pessoas mortas. Caso contrário, não haverá maneiras de permitir que o espiritismo evolua como uma religião digna de credibilidade ou de cientificidade, já que é evidente a forma egoica, artificial, tendenciosa e manipuladora como a metodologia kardecista da psicografia é comungada pela comunidade espírita.

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O Espiritismo, atualmente, possui um número considerável de adeptos pelo Brasil.Vamos conhecer um pouco mais sobre a referida doutrina, que proclama como seu diferencial ter “a ciência andando lado a lado com suas proposições”. Abro um pequeno parêntese aqui, deixando claro que esse texto trata-se de um artigo simples e que não tem como objetivos um estudo exauriente de modo que os conceitos aqui apresentados, são os mormente encontrados dentro do conhecimento popular.

Tem-se como ponto inicial o caso das irmãs Fox, pelo que encontra-se em livros e matérias relacionadas, as irmãs Fox (Margarida e Catarina) faziam parte de uma família canadense que emigrou para os EUA, passando a morar em Hydesville um vilarejo do condado de Rochester, a casa onde foram morar era alugada e segundo algumas fontes, já era tida como assombrada.

Há relatos de que barulhos estranhos haviam sido escutados pelos antigos moradores, mas ninguém conseguia descobrir a sua origem, conta-se que em determinado momento Catarina Fox desafiou a entidade que ela acreditava ser o Diabo (aqui vale um estudo sobre qual era já a influência da religião sobre estas pessoas) a reproduzir os sons que ela fazia (estes sons seriam o mesmo som produzido por um simples estalar de dedos) o que segundo é relatado veio a acontecer.

Dessa forma diz-se que essa suposta entidade por meio de um código de letras, onde um determinado número de pancadas corresponderia a certa letra do alfabeto, teria afirmado ser o espírito de um homem que fora assassinado naquela casa. Em 31 de março de 1848 diz-se que os supostos barulhos atingiram tal intensidade que já eram escutados por vizinhos e continuaram a ser produzidos mesmo depois que a mãe e as meninas saíram e foram dormir na casa de Léia Fox que era a filha mais velha.

Assim como as irmãs Fox outras pessoas também começaram a afirmar ter tais dons, o que depois foi nomeado de mediunidade, na França o pedagogo Hypolite L. D. Rivail, passou a estudar com alguns companheiros os supostos fenômenos, Hypolite sob o pseudônimo de Allan Kardec, publicou livros e editou a Revista Espírita, foi ele o encarregado de codificar, pois acreditava não ser ele o autor e sim os supostos espíritos. Tem-se então em Kardec um divisor de águas na doutrina espírita.

Os chamados fenômenos espíritas são variados, indo supostamente desde a produção de sons diversos, inclusive com a possibilidade de voz direta, ou seja, a possibilidade de um espírito falar com você em alto e bom tom, ainda estaria inclusos, produção de sons, efeitos luminosos, deslocamento de objetos, formação de figuras em graus diversos de densidade, moldes de partes do corpo humanos em outros objetos etc.

Ainda haveria os fenômenos subjetivos, quando sob a ação de espíritos, um médium fala, escreve, podendo ser em seu idioma ou em outro que lhe é desconhecido, desenha ou pode ver e ouvir coisas que não são percebidas em condições normais. Dessa época para cá muitos foram os estudos sobre o Espiritismo que teve uma certa explosão na Europa com foco principal na França, atualmente decaindo pela mesma Europa.

O Espiritismo crê que seu diferencial esteja na não refutação da ciência, os espíritas acreditam que a ciência ande em consonância com seus princípios, dizem eles também não ser preso a dogmas, e ser o espiritismo uma constante evolução onde cada vez mais a ciência comprovaria as afirmações emanadas dessa doutrina, sob este aspecto é que iniciaremos nosso questionamento.

“Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque se novas descobertas lhe demonstrassem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificaria nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitará” (A Gênese).

O mundo sofreu diversas mudanças, dentro de cada ramos das ciências pode-se ver quebra de paradigmas, seja ela na Física, Matemática e na área das humanas, no entanto nessa escala de evolução e de novos conceitos que hoje permeiam o senso científico, se analisarmos o Espiritismo fica óbvio sua estagnação frente as demais chamadas ciências. Tem-se em vários artigos tais fatos e aqui irei reproduzir em parte o conteúdo de um artigo intitulado Espiritismo, Ciência e Lógica.01 A qual aborda de uma forma muito clara tal distância que encontra a doutrina espírita.

Como veremos no quadro abaixo, há a demonstração do modelo geral da descrição do que entende-se por Ciência e do que tem-se no Espiritismo que almeja ser científico.

CiênciaEspiritismo

Comum as novas gerações de cientistas refutarem trabalhos anteriores. Aversão a critérios de “autoridade”.Resistência de se distanciar da ortodoxia kardequiana. Culto à autoridade contido no espírito da Verdade ou Kardec. Havendo claro, exceções.

Obra de grandes mestres como (Principia Mathematica, Origem das Espécies, etc.) ainda lidas como referência, como fonte de valor histórico e como forma de adentrar no raciocínio do autor. Todavia o estudante utiliza bibliografia recente, expandida e corrigida.Livros de Kardec ainda utilizados sem alterações mesmo no que há de errado. Em alguns casos há notas de roda pé corrigindo alguns erros.

A lógica é usada apenas como ferramenta. O raciocínio precisa estar corroborado de evidências.A lógica é utilizada como meio de prova ou refutação de hipóteses, não havendo verificação de se a natureza pensa igualmente.

O bom senso e a experiência usual nem sempre são seguidos. (Relatividade e Mecânica Quântica são bons exemplos, ainda pode ser citada a “Ação à distância” de Newton). Opta-se por soluções pragmáticas ainda que esdrúxulas.O senso comum, ao lado da lógica é superestimado.

Há grande discussão em torno da filosofia da ciência quanto à questão de melhor metodologia para o estabelecimento de novos conceitos (refutabilidade, crise de paradigmas, etc).O conhecimento espírita ainda é majoritariamente indutivo, baseado em moldes científicos do século XIX (positivismo).

Teorias inverificáveis, mas belas, são postas de lado.Persiste a presença de hipóteses “ad hoc” inverificáveis para sustentar pontos nebulosos da doutrina. Ex: vida “invisível” em outros planetas.

Enfim, esse quadro trás apenas alguns pontos que mostram o quão distante a chamada ciência espírita encontra-se da Ciência atual. Enquanto uma tratou de renovar-se de otimizar-se, outra permaneceu estática, imóvel baseada nos mesmo moldes, onde cabe a pergunta: Será válida essa ciência? Ou pretende-se ela também ser um dogma inquestionável?

Bem, o fato em questão é: Terá o Espiritismo a resposta para a tão conturbada pergunta; O que acontece após a morte? Ressaltando que entende-se no presente texto, morte o estado onde o corpo humano já não consegue mais sobreviver por si só. É interessante uma explanação histórica rápida apenas para demonstrar que tal assunto, não é um produto de questionamento contemporâneo, pelo contrário, as aspirações para responder a tal questionamento já vem de longa data.

Como pode-se encontrar em livros de história egípcia, essa civilização acreditava assim como as outras, possuir a resposta, dentre seu conjunto de crenças, acreditavam que o corpo possuía um espírito dividido em duas partes, e que para que parte desse espírito sobrevivesse era preciso preservar o corpo, daí o desenvolvimento da tradição de embalsamarem-se os mortos. Entretanto, nesse processo é interessante observar que vários órgãos eram retirados, o coração por ACREDITAR-SE ser o órgão onde residiam todos os sentimentos, raciocínios e emoções, permanecia dentro do corpo.

Outros órgãos ainda eram tratados e conservados em vasos com substâncias químicas, entretanto o cérebro, esse conforme ACREDITAVA-SE não teria muita utilidade sendo descartável, era removido pelas narinas com auxílio de ganchos. Outrossim fica claro se observado com o que sabemos hoje, como era errônea a CRENÇA desse povo. É fato que o cérebro é o responsável, pelos sentimentos, pelo raciocínio, pela nossa própria consciência, sendo que, ao sofrer danos, seja devido a um acidente, uma doença, ou por influência de substâncias químicas, a personalidade da pessoa pode ser alterada.

Mas então porque ainda hoje existe a CRENÇA na imortalidade, na continuidade das lembranças, dos sentimentos e da consciência após a morte do órgão que fica responsável por isso? Em um artigo de Ronaldo Cordeiro, publicado no site da STR trás algumas explicações bastante plausíveis, as quais, tomo a liberdade de transcrever.

“(…) a noção da imortalidade da alma é a base de muitas das religiões mais populares do mundo. A idéia da morte após uma vida breve num mundo repleto de injustiças, violência, miséria e desgraças desigualmente distribuídas, parece ser bastante angustiante para a maioria das pessoas. Sem a doutrina da vida após a morte, em que haveria a vida eterna e em que os bons seriam recompensados e os maus punidos, dificilmente as religiões conseguiriam ser tão influentes sobre seus adeptos como o são hoje e sempre foram. É inevitável mencionar os recentes atentados suicidas de 11 de setembro nos EUA, cometidos por homens convencidos de que seriam recompensados com o paraíso. Antes que alguém pense que isso só acontece com terroristas fanáticos, que tal o caso do suicídio coletivo do Templo do Povo, em 1978, quando morreram 912 seguidores de Jim Jones? E os 39 da seita Heaven’s Gate? Ou os mais de 700 mortos do Movimento da Restauração dos Dez Mandamentos em Uganda?

Como disse Richard Dawkins em Os Mísseis Desgovernados da Religião, “Não há dúvida de que o cérebro suicida e obcecado pela vida após a morte é uma arma poderosa e perigosíssima”. É pouco provável que as religiões venham a abrir mão de uma arma formidável como essa em nome de simples, meras constatações científicas.(…)”

Nesse mesmo artigo, a qual também se debate o tema aqui proposto encontramos, mais informações úteis, como a existência de uma corrente que acredita que os espíritos sofreriam conseqüências do que acontece com o corpo, e dessa forma estaria explicado o porquê da personalidade, memórias e o humor mudarem, ou seja, o espírito estaria passível de sofrer influências de tais coisas materiais, entretanto sendo ele influenciável dessa maneira, o que oporia a concepção da sua morte concomitantemente com a do cérebro?

Ainda SUPONDO a existência de espíritos, e que tais espíritos continuassem a existir com a morte do cérebro, porque teríamos cérebros tão complexos? A natureza é inteligente e certamente possuiríamos cérebros muito menores, consumiríamos menos energia, seríamos mais leve, os partos seriam menos dolorosos e mais fáceis. Ainda encontra-se freqüentemente e aqui friso, que não é exclusividade do Espiritismo mais de todo sistema de crença religioso, todos eles procuram respaldo para provar sua veracidade, na incapacidade da ciência de provar que aquilo que eles afirmam não existe.

Ou seja, é o chamado “Inversão do ônus da prova” que resulta em uma das ações mais covardes e de mal caráter que os religiosos se valem, e que só convencem os mais leigos. Pois bem, a ciência só poderia tentar comprovar, que algo é ou não é verídico se fosse possível se fazer provas sobre o que se afirma, desse modo é impossível provar-se algo que nem se quer foi apresentado evidências. Agora CRER em algo assim, é totalmente insano e desprovido de inteligência, Bertrand Russel exemplifica muito bem tal falácia ao propor:

“Imagine que há um bule de chá chinês orbitando ao redor do sol, você não pode provar a inexistência deste bule porque ele é muito pequeno para ser visto pelo telescópio. No entanto, ninguém além de um louco diria: Eu estou disposto a crer no bule porque ninguém provou que ele não existe”.

Tal mal-caratismo é encontrado muito com qualquer pessoa que queira defender seus dogmas religiosos, como sempre digo, o fato de a ciência AINDA não responder a todas as perguntas, não faz com que as versões contadas pelos religiosos sejam verdade, aceitar isso é aceitar uma bobagem, uma falácia. Ainda como sistema de provas dos ditos espíritas temos um vasto arsenal de provas que se encaixam como pseudo-provas, sendo em sua maioria, experiências pessoais, testemunhos de fenômenos isso sem contar as inúmeras fraudes que a ciência, e mais os mágicos desmascaram.

Interessante se faz a observação desses últimos profissionais, que atualmente tem sido de grande auxílio nas descobertas de fraudes utilizadas para fazerem as pessoas CREREM em tais bobagens, como é bem conhecido entre o meio cético, o mágico James Randhi que possui um instituto nos EUA onde estuda os supostos casos de paranormais, oferece um prêmio de US$ 1.000.000,00 para quem demonstrar seus “poderes” e passar pela bateria de teste que os comprovem, entretanto é engraçado que até hoje ninguém se propôs para tal.

Dentre as desculpas mais ouvidas, e aqui sim principalmente pelos espíritas, estaria à escusa de que o médium não estaria “autorizado” pelas forças divinas a utilizar-se dos “poderes” para benefício próprio. Mas então eu pergunto, e porque ele usaria bem beneficio próprio? Porque não deixar então que após ganhar o tal premio a mesma “entidade” decida qual a melhor maneira de beneficiar outras pessoas, dado ao SUPOSTO fato que ele tem um nível de “Iluminação e evolução” maior?

Mas ainda restaria, a última desculpa, onde com certeza alguns diriam que os espíritos, não estão aqui para trazer benefícios materiais, mas para auxiliar no nosso desenvolvimento, nem que isso envolva fazer o suposto “paciente” passar por dificuldades. Que discurso lindo não? Entretanto é hipócrita e falacioso também, pois em nada ajudam as pessoas que lá vão procurando pelo auxílio para seus problemas, pelo contrário, gostaria de saber como ficaria um médium ao saber que seu conselho acabou por prejudicar ainda mais uma pessoa. Com certeza a resposta seria a mesma: “Ele precisava passar por isso para alcançar o seu grau de evolução”. Ou seja, se procura achar mais uma vez a justificativa em algo que ninguém prova ninguém tem certeza, apenas CRÊEM.

Se ninguém vê problemas nisso, não sei por que então criticam outras religiões, até mesmo as mais radicais como as que dão sustentação aos extremistas, porque afinal de contas todas lidam com isso a CRENÇA. Cada um como sua insanidade obedecendo as ordens de seus próprios Deuses, que ironicamente sempre vão de acordo com a vontade dos seus interpretadores, sejam eles, padres, pastores, médiuns, sheiks, ou qualquer outro tipo de sacerdote que exista, como bem disse Nietzsche umas das piores criaturas que existe sob a face terrestre é o sacerdote que acretida ser o único com autoridade e competência para interpretar leis divinas.

Uma variante desse tipo de falácia é comumente encontrada entre os espíritas quando querem explicar algumas das teorias amalucadas, geralmente para isso empregam meios que para eles e tão só para eles fornecem um explicação satisfatória. Deixem-me explicar. Uma das principais questões que me veio a mente quando comecei a me questionar sobre o espiritismo foi: Considerando que cada pessoa tem uma alma, ou seja, quando ela morre o espírito aguarda uma nova oportunidade para re-encarnar.
Após essa assertiva tentemos imaginar o seguinte, no ano de 1200 digamos que a população mundial fosse e 1 bilhão de pessoas, hoje em 2008 é fato, e todos sabem que esse número aumentou e muito, como não tenho a informação com precisão, vamos supor que estaria em 3 bilhões, pois bem a pergunta é: Esses dois bilhões a mais de pessoas não tem almas? Poderíamos sugerir sarcasticamente que existe um “criador” de novas almas? SUPONDO haver esse criador como poderia afirmar-se que os espíritos re-encarnam? Como saber se não é um novo?
Enfim, as explicações que já escutei são das mais variadas, mas sempre sem nenhuma evidência ou base que a comprovasse a não ser a FÉ daquele que a professou, dessa forma ouvi coisas como:

  1. Haverias diversos planos onde a vida na terra seria apenas mais um, com outros por ascender e outros abaixo. O problema aqui ainda poderia ser questionado, mas de onde vêm essas almas? Quantas são? Qual o último plano? Qual o primeiro?

  2. Outra explicação esdrúxula seria de que existem almas em outros planetas, e que por isso a quantidade de almas poderia variar conforme fossem enviadas de um planeta para outro. Nem preciso dizer nada né? Os espíritas não conseguem demonstrar que existem espíritos aqui na Terra, mas se acham com autoridade de afirmar que existem espíritos em outros planetas.

  3. E por último, mas com certeza deve haver outras, pois a capacidade do ser humano de inventar histórias, mitos e lendas para justificar seus apontamentos é algo muito vasto, mas como dizia, existem alguns que afirmam que tudo possui um espírito, as pedras, os animais, as árvores e que TALVEZ com o aumento da população humana, outras formas teriam se reduzido. Aqui também quando perguntadas no que se baseiam, resistem em negar que são meros ACHISMOS querendo sempre justificar dizendo que leram em algum lugar, mas nunca se lembram das fontes, o que é um fato quase sempre comum entre os religiosos pouquíssimos deles usam fontes, na sua grande maioria apenas ouviram falar algo a respeito.

Outras questões interessantes que me vem a mente é que a maioria dos religiosos, e não diferente com os espíritas, eles tem sempre exemplos para citar, mas esses exemplos acontecem em um passado obscuro, onde os meios científicos ainda não eram tão exigentes, é de se espantar que com o avanço e progresso da ciência, da filosofia, da racionalidade os tais fenômenos tenham diminuído de forma brutal. Mas aqui os espíritas podem ficar tranqüilos, os milagres dos católicos e evangélicos também tiveram a redução no supostos ocorridos, arrisco a dizer que tornaram-se extintos.

Atualmente com a globalização das informações, nada escapa dos noticiários, entretanto, é rara a reportagem que traga algum caso de fenômenos sobrenaturais ou milagres que não sejam desvendados (leia-se explicados, resolvidos) por algum órgão especializado. Ocorre sim uma mercantilizarão de informações estúpidas, quase todos os casos que lembro a respeito de coisas sobrenaturais apresentadas em reportagens, tinham um apelo escancarado para prender a atenção do público, ou seja, é aquela reportagem que é anunciada desde o começo do telejornal, mas só apresentada no final, com a óbvia intenção de manter o telespectador somente naquele canal durante todo o programa, ou seja, sensacionalismo puro.

Todavia, após passar a reportagem sobre o tal fato misterioso, são raros os veículos de mídia sérios, que procuram alguém que os explique. Geralmente a reportagem ou documentário é apresentado e na outra semana, nada mais é dito, ou seja, mostra-se aquilo como sendo uma verdade, como sendo um fato, talvez para um ignorante ingênuo (e só consigo definir com essas palavras as pessoas que aceitam sem se questionar as informações que a TV e seus programas passam) até seja. Pessoas desprovidas de qualquer discernimento, talvez até acreditem que aquilo seja verdade, mas felizmente alguns jornais, e veículos de investigação mais sérios tratam de mostrar a fraude que ocorre por de trás dos fenômenos sobrenaturais.

A internet tem se mostrado uma ferramenta útil nesse sentido, são muitos os blogs que trazem informações sobre publicações sérias com explicações bem compreensíveis e nada miraculosas dos supostos fatos sobrenaturais, entretanto, o povo em geral não tem muita curiosidade, nem vontade de pesquisar tais coisas, preferem ater-se a coisas que julgam mais importante, como os últimos capítulos da novela, ou os jogos de futebol. Não desmerecendo tais meios de entretenimento, mas alguém que quer ter sua opinião levada a sério deve inteirar-se o mínimo possível sobre o assunto que se fala, e não achar que todos serão convencidos por meros ACHISMOS da pessoa que professa como mera replicadora do que viu na TV, achando-se com autoridade inquestionável.

Ademais, veio-me agora ao pensamento um fato muito estranho, acredito que 99% das pessoas, que já tenham relatado terem passado por contatos mediúnicos, nenhuma delas relatou que viu, ouviu ou sentiu a presença de “espíritos” de animais. Seja sincero com você mesmo, alguma vez você escutou alguém falando que viu o fantasma de uma vaca? Ou que conversou com a alma de um cachorro? Bom, se isso não aconteceu, poderíamos pensar que os animais não teriam “espíritos”. Mas eu como cético, se precisa-se achar uma desculpa para tentar justificar isso (ainda que não tivesse provas) me apegaria, no seguinte discurso: “Nós humanos não conseguimos ver esses espíritos, porque eles estão em um plano diferente de evolução, e por isso os seres humanos são incapazes de “conectar-se”com eles”.

O que vocês acham? Acredito que esse engodo funcionaria com muitas pessoas, mas não com aqueles que conseguem ver o “mal-caratismo” que se expõe em tais assertivas desprovidas de provas e evidências, mas quem sabe após alguns espíritas lerem esse texto eles comecem a “enxergar” alguns “bichinhos”, mas já vou advertir; os usuários de drogas e os enfermos de doenças mentais tal como demência e esquizofrenia também vêem bichos, formas, pessoas e todo tipo de coisa que o cérebro humano seja capaz de pensar. Quero ver qual é o médium que vai ver o primeiro espírito de um ser jurássico como um Raptor, afinal de contas eu nunca ouvi nada a respeito, ou quem sabe assombrações de vacas em frigoríficos, coisas desse tipo.

Tantas evidências apontando para a não existência de tais crendices, entretanto, ainda assim temos pessoas que CRÊEM serem verdadeiros tais relatos, nessa hora só posso acreditar que há um fator psicológico que explica essa necessidade que tantas pessoas têm de conceberem um ser ou seres em outro plano que estão protegendo e fazendo ações para tornar nossa vida melhor. Eu classificaria isso como “crise existencial mesclada com carência afetiva e insegurança crônica”, ou de uma maneira mais reduzida, como é de praxe, digo que é a “bengala psicológica” que foi passada de geração para geração, mas quando as pessoas vão abrir os olhos? Quando elas realmente vão evoluir ao ponto de perceberem que não precisam de “amiguinhos” imaginários, quando elas perceberão que podem cuidar uma das outras?

Acho que isso ainda levará muito tempo, enfim, o progresso pode ser lento, mas como cunhou Darwin, só os mais adaptados permanecem.

espiritismo, uma história de charlatanismo

 

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Nenhuma outra religião se confunde tanto com o charlatanismo como o espiritismo. A sua peculiaridade de precisar apresentar fenômenos físicos para arrebanhar novos crentes o torna um campo fértil para todo tipo de fraudes e ilusionismos. Alguns podem argumentar que um pastor cobrando dizimo para manter uma vida de luxos e riqueza é um golpe potencialmente mais nocivo, ocorre que entre um crente e um aliciador evangélico, por exemplo, existe um pacto de cunho puramente religioso onde as partes estão de acordo com relação a seus dogmas. Ou seja, acredita quem quer. Já o espiritismo se declara portador de verdades naturais e capaz de expandir seus fenômenos para o mundo físico material, a diferença entre o espiritismo e as religiões ordinárias não é sutil. Já não se trata de uma questão de acreditar ou não, se trata de saber ou não saber. Por trás do verniz da humildade há uma pretensão e arrogância sem limites. Como diria Carl Sagan : Afirmações extraordinárias exigem evidencias extraordinárias. Aos que se prestarem a estudar a história do espiritismo encontrarão dificuldades. A pseudociência é protegida por pseudointelectuais influentes. Assim como as pessoas comuns temem botar a mão numa macumba, todos se cercam de escrúpulos para falar de espíritos. Um pacto de boa vizinhança parece cercar esta grande farsa e este grande golpe conhecido como espiritismo. Mas existe um traço , uma marca inseparável da doutrina durante toda sua história : o charlatanismo.

    

Consta o ano de 1848 como data do nascimento da corrente espirita quando três irmãs , Katherine, Leah e Margaret Fox alegavam o poder de comunicação com mortos que se manifestavam por meio de batidas num método que ficou conhecido como tiptologia. Entre 1861 e 1865  a guerra de secessão americana deixou milhares de pais sem os filhos e mulheres viúvas , foi a partir daí que a fama das irmãs Fox  ganhou enormes proporções. O desejo de comunicação com parentes mortos gerou o surgimento de uma legião de médiuns na América. Grande parte deles, incluindo as irmãs FOX, cobravam pelos seus serviços.

As irmãs FOX viveram às custas da seita que criaram e pelo que se sabe eram inescrupulosas e recebiam dinheiro tanto de adeptos quanto céticos do espiritismo. Em 1880 Kate e Maggie Fox declaram que o espiritualismo, como chamavam a seita, é uma fraude e a maior impostura do século. Reuniram jornalistas e demonstraram a técnica que com os dedos dos pés produziam os sons das batidas atribuídas a espíritos. Mas o estrago já havia sido feito e o final do século XIX presenciou o alastramento dos médiuns , comunicadores com mortos, pela América e Europa. 

 

Um encontro inusitado no meio espirita se deu no inicio do século XX entre o famoso ilusionista Harry Houdini e Sir Arthur Conan Doyle, o criador de Sherlock Holmes. Sir Conan Doyle era um fervoroso crente espirita .Harry Houdini , nome artistico de Ehrich Weisz, passava por enorme depressão com a morte de sua mãe, Cecilia. A familia Doyle então levou Houdini a um encontro com espiritas para que se comunicasse com sua mãe. Houdini identificou a farsa e ficou furioso. Acabou se tornando o mais proeminente revelador de charlatões espiritas da história. Houdini fazia apresentações onde demonstrava os truques utilizados pelos espiritas. Muitas vezes foi disfarçado a centros de espiritismo com policiais vestidos à paisana. Após desmascarar o farsante em frente ao público o policial o prendia  por estelionato. Um caso famoso envolveu Harry Houdini e a “médium” Mina Crandon. Crandon fez uma apresentação em sua casa na presença de Houdini onde objetos se moviam e depois quebravam nas paredes e uma voz misteriosa e de origem desconhecida chamava o nome de Houdini. Harry Houdini assistiu toda a apresentação quieto sem tecer comentários. Tempo depois convidou Mina Crandon para um ambiente por ele escolhido onde repetiu todas as suas proezas. Depois convidou Crandon para que repetisse sua apresentação num ambiente e com objetos escolhidos por ele, Houdini. Crandon não moveu os objetos um milimetro sequer mas depositou o fracasso à falta de fé de Houdini que estaria “bloqueando” o mundo espiritual.

 

Houdini passou a oferecer um prêmio de U$ 10 mil a qualquer espirita que apresentasse um fenômeno autentico que ele não fosse capaz de desmascarar. Hoje, James Randi e seu instituto oferecem U$ 1 milhão a qualquer pessoa que consiga produzir um efeito paranormal num ambiente cientificamente controlado.   

 

Entretanto, o caso mais curioso de uma vitima de médiuns e golpistas espiritas parece ter sido a do próprio sistematizador da doutrina : Allan Kardec. Registros informam que Kardec passou a se interessar pelo espiritismo no ano de 1854 quando tomou conhecimento de magnetizadores que faziam mesas girarem e se moverem . Sistematizou a psicografia que a ciência atual interpreta como criptomnésia , uma capacidade do inconsciente humano se expressar de forma articulada.Já tendo sistematizado boa parte de sua doutrina, Kardec lançou o livro Oeuvres Posthumes (obras póstumas)  onde em certo capitulo passa a apresentar a médium conhecida como sra. Schmidt que incorporaria um espirito que se apresentava como : A Verdade.  A Verdade fez a previsão de que Allan Kardec morreria em breve e iria reencarnar no final dos anos 1800 ou inicio dos anos 1900 para terminar sua obra de decodificação dos espíritos.  Tudo indica que o sr. Verdade não era fiel ao nome e como se sabe aguardamos até hoje a volta triunfal do sr. Kardec. 

 

No Brasil o caso mais polêmico envolve o famoso espirita Chico Xavier. Passei boa parte da vida vendo Xavier como uma pessoa mentalmente perturbada mas de boa índole. Ao estudar sua vida tive minhas convicções abaladas. A sua farsa mais conhecida foi exibida pela revista Cruzeiro na década de 1960 que apresenta fotos grotescas de pessoas vestidas com lençóis que Chico Xavier alegava serem espíritos materializados. Posteriormente seu amigo pessoal, Waldo Vieira, descreve todo o processo de criação de suas fraudulentas psicografias. Incluindo seu longo treinamento para plagiar estilos de escritores famosos. 

 

É muito difícil encontrar registros das fraudes ou mesmo artigos sérios sobre espiritismo no Brasil. Abundam os proselitismos e loas à doutrina . Caso se queira aprofundar no efeito ideomotor que explica o movimento “espontâneo” de objetos  ou pesquisas neurológicas que explicam visões e manifestações articuladas do inconsciente é necessário buscar artigos estrangeiros. Mas tudo indica que o Brasil é hoje o país mais vulnerável aos golpes e ao charlatanismo espirita. A baixa educação da população e o pequeno entendimento do método cientifico colaboram para este quadro. A história do charlatanismo em muitos momentos se confunde com a história do espiritismo. É um campo vastíssimo e muito pouco explorado. Para um ateu o espirito é o conjunto de qualidades imateriais que nos caracterizam. Nosso software. O caráter, a ética, a moral , a personalidade, a intelectualidade. Este assunto não se esgota neste pequeno texto. É preciso que mais pessoas de espirito livre denunciem e promovam o debate acerca de farsas e golpes como o espiritismo.  

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A história de um “fantasma” que, través de pancadas nas paredes de madeira e no assoalho de uma velha casa, entrou em contato com as meninas Margareth e Kate Fox, respectivamente de 12 e 09 de idade, é apresentada como o “fenômeno” que marcou o início oficial do espiritismo moderno. Essa história, tida como verdadeira, tem sido utilizada em livros, revistas e jornais, tanto por escritores espíritas, como por intelectuais de outras confissões religiosas, inclusive por evangélicos – o que é de se lamentar.
Pois na verdade o que aconteceu na vila de Hydesville, no Estado de Nova Iorque, EUA, em 1847 (dez anos antes de Allan Kardec lançar na França “O Livro dos Espíritos”), envolvendo um “fantasma” e aquelas duas meninas, não foi o que os espíritas chamaram de “o início da comunicação dos seres além-túmulo com o mundo dos vivos”.

O que ocorreu na verdade naquela velha casa habitada por um casal de cristãos metodistas, que tinha como filhas as meninas Margareth e Kate Fox, não passou, inicialmente, de uma brincadeira das meninas para impressionar a ingênua e supersticiosa senhora Fox; mas essa brincadeira resultou em uma sessão de fenômenos enganosos, em uma história elaborada com astúcia, cuja trajetória e desfecho serviram aos desígnios do Pai da mentira, Satanás, (Jo 8.44).

Porém, 40 anos depois, toda a verdade foi espontaneamente revelada pelas próprias fundadoras do espiritismo. Apesar de ter sido um acontecimento de imensa repercussão na época, esse fato é hoje quase totalmente desconhecido do povo brasileiro, inclusive da maioria dos espíritas. Daí a razão de o estarmos divulgando aqui, pois, segundo observou Álvaro Negromonte: “Há muitos espíritas de boa fé, honestos e retos, que servem à causa do espiritismo com dedicação, convictos de estarem com a verdade”. É necessário, portanto, que eles sejam eficientemente evangelizados pela mensagem bíblica, e pelo conhecimento dos fatos que passamos a apresentar a seguir.

A autenticidade dos documentos e das revelações que fazemos nesta matéria pode ser confirmada em cinco autores fidedignos: Álvaro Negromonte (1), Pascoal Lacroix (2), Boaventura Kloppenburg (3), Raphael Gasson (4) e Fernando Palmes (5).

Faz-se necessário, portanto, que todos tomem conhecimento do que realmente aconteceu em Hydesville. Como evangélicos, cumpramos nossa obrigação de “alumiar os que jazem nas trevas e na sombra da morte…” (Lc 1.79).

UMA CARTA EXPLODE EM NOVA IORQUE.

Após trabalhar como médium durante 40 anos na divulgação do espiritismo, Margareth Fox Kane, uma de suas fundadoras, escreveu e enviou uma carta ao diretor do jornal novaiorquino New York Herald, de ampla circulação. O diretor leu-a e divulgou-a imediatamente. Publicada no dia 25 de maio de 1888, a carta teve, entre os milhares de leitores do Herald, o efeito de uma bomba nuclear explodindo em pleno centro da cidade de Nova Iorque. Ao comprarem o jornal, os espíritas mal acreditavam no que liam, pois o deus deste século lhes havia cegado o entendimento (II Co 4.4), e continua mantendo hoje milhões de pessoas na cegueira espiritual.

O conteúdo da carta as seguintes revelações: Margareth confessava ter ficado muito triste ao saber, através de uma reportagem lida naquele mesmo jornal, que sua irmã Kate fora vítima de uma desgraça. A carta não nos revela que desgraça fora essa, mas fica-se sabendo que o caso envolvera os dois filhos de Kate, os meninos Purdy e Henry.

“O ESPIRITISMO É UMA PRAGA”.

Em seguida, sem maiores cerimônias, a fundadora do espiritismo confessa: “O espiritismo é uma praga. Deus tem aposto sua marca contra ele. Chamo-o de praga, pois é utilizada para encobrir pessoas sem coração…”. Na seqüência de suas revelações, Margareth cita vários nomes de pessoas (inclusive, um ex-ministro de Portugal) que vivem sendo constantemente enganados pelos médiuns. (Segundo a concepção do espiritismo, médium é aquele ou aquela que serve de intermediário nas comunicações entre vivos e mortos). Esses médiuns, afirma a fundadora do espiritismo, “atiram loucamente as espetaculares fraudes que inundam Nova Iorque.”

As pessoas que procuram envolver-se com o espiritismo, continua Margareth, “tornaram-se loucas, e sob a direção de seus fraudulentos “médiuns” são induzidas a se despojar de todos os bens temporais ao mesmo tempo que do senso comum, que, na intenção de Deus, deveriam conservar como coisa sagrada.”

Antes de tecer algumas considerações sobre fanatismo e concluir a carta, Margareth torna a afirmar: “Seja qual for a forma a qual se apresente, o espiritismo tem sido e será sempre um a praga e uma armadilha para os que nele se metem. Homem algum ou mulher alguma de bom juízo pode pensar de outro modo.”

UMA REPORTAGEM ABALA O ESPIRITISMO.

Imediatamente, milhares de cartas começaram a ser enviadas à redação do jornal New York Herald, suplicando que Margarida desmentisse aquelas declarações. Outras pediam que as duas irmãs demonstrassem publicamente a falsidade do espiritismo, e lançassem por terra o renome de milhares de médiuns que estavam a se enriquecer às custas do povo.

Quatro meses após toda aquela agitação, Margareth voltou para os Estados Unidos. Ela havia escrito a famosa carta durante o curto período que passara morando na Inglaterra.

Logo após sua chegada, um repórter do jornal visitou-a em sua casa, na West Forty-Fourth Street, em Nova Iorque, e depois fez uma reportagem que mais uma vez causou agitação entre os espíritas e leitores em geral, sob o título: “Célebre médium declara que os espíritos nunca voltam”.

O repórter descreveu Margareth como “uma pequena e magnética senhora de meia idade, cujo rosto ostenta sinais muitos sofridos e de larga e universal experiência”. A médium contou ao repórter “a história de uma vida das mais estranhas e fantásticas que jamais foram narradas”.

KATE, UMA ALCOÓLATRA.

Através dessa reportagem, alguns pontos obscuros da carta foram esclarecidos. Ficamos sabendo, por exemplo, que, por razões morais, a Sociedade para a Prevenção de Crueldade às Crianças havia tirado os dois filhos de Kate de sua companhia, e esta fora detida sob a acusação de “negligenciar o cuidado dos seus filhos Purdy e Henry, devido à bebida e à preguiça”. Essa tinha sido “a tragédia que se abateu sobre minha irmã e os meus sobrinhos”, segundo se expressava Margareth na carta. Que belo exemplo dado por essas fundadoras do espiritismo! Uma alcoólatra, e a outra (também alcoólatra), mentirosa, como veremos a seguir.

Ao saber do que ocorrera à sua irmã e aos seus sobrinhos, Margareth (que estava na Inglaterra) fez algo que é marca registrada do espiritismo: enganou as autoridades de Nova Iorque enviando-lhes um telegrama em nome de um tipo paterno dos meninos, Edward Jencken (que estava na Rússia, e de nada sabia), onde este “assumia” a responsabilidade sobre as crianças. As autoridades acreditavam, devolveram os meninos à Kate e esta viajou com os filhos para a Inglaterra, a fim de entregá-los ao “tio Edward”, que não era outra pessoa senão a própria Margareth.

Eis o belo testemunho de credibilidade e idoneidade moral dada por essa fundadora do sistema religiosa que afirma ser a Verdade, a Terceira Revelação, “surgida na Terra para corrigir os erros e as omissões de Moisés e Jesus Cristo”, conforme afirmou Kardec! Diante desses fatos muitos esclarecedores são as palavras proféticas do apóstolo Paulo: “Porque já o ministério da injustiça opera com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira…”, (II Ts 2.7,9).

INICIADAS DESDE CRIANÇA NO ESPIRITISMO.

Baseando-se certamente nas declarações que Margareth fizera na famosa carta, o autor da reportagem pergunta: “Uma vez que a senhora abomina o espiritismo, como é que durante tanto tempo o praticou?” Em sua proposta, Margareth revela outros detalhes esclarecedores de toda essa história. Léia, a irmã mais velha de Kate e Margareth, as havia arrastado para as práticas enganosas do espiritismo, após descobrir que as meninas faziam o uso de certas “habilidades” e truques em suas brincadeiras para impressionar a mãe. “Ela é minha detestável inimiga”, desabafa Margareth referindo-se à sua irmã. “Eu a odeio. Meu Deus! Eu a envenenaria! Não, não faria isso, mas eu a açoitaria com a minha língua… Nossa irmã serviu-se de nós em suas exibições; ganhamos dinheiro para ela… Oh, estou atrás dela, sabe o senhor que se pode matar, às vezes, sem usar armas?”

Quem poderia ter inspirado à fundadora do espiritismo esse impulso assassino, essa propensão fratricida, senão o diabo, aquele que foi homicida desde o princípio…? (Jo 8.44).

“OS MORTOS NÃO VOLTAM”.

Dando continuidade às suas revelações, Margareth declarou ao repórter: “Sabia, então, que todos os efeitos por nós produzimos eram absolutamente fraudulentos. Ora, tenho explorado o desconhecido na medida em que uma criatura o pode. Tenho ido aos mortos procurando receber deles um pequeno sinal. Nada vem daí – nada, nada. Tenho estado junto às sepulturas, na calada da noite, com licença dos encarregados. Tenho me assentado sozinha sobre os túmulos, para que os espíritos daqueles que repousavam debaixo da pedra pudessem vir ter comigo. Nada! Não, não, não os mortos não hão de voltar, nem aqueles que caem no inferno. Assim diz a Bíblia Sagrada, e eu digo também. Os espíritos não voltam. Deus nunca o ordenou.”

Estas afirmações estão de acordo com o que a Bíblia, o Livro da Verdade, declara: “Aos homens está ordenado morrer uma só vez, vindo depois disto o juízo”, (Hb 9.27). Se os mortos não voltam, quem é então responsável por esses fenômenos do espiritismo, por essas manifestações de “espíritos de mortos” nas sessões espíritas? É Satanás e seus “espíritos auxiliares”, os demônios. Para enganar a todos, ele faz qualquer coisa, transformando-se em espírito de luz, (II Co 11.17).

Finalizando a entrevista, Margareth surpreende o repórter demonstrando como “o fantasma batedor” havia entrado em contato com sua irmã, e como elas, há 40 anos, enganavam a todos. Subitamente uma pancada seca ecoa sob o assoalho, próximo ao lugar onde o repórter se encontrava; outra pancada faz-se ouvir debaixo da cadeira onde ele estava sentado, e outra debaixo da mesa. Várias pancadas começam a ser ouvidas debaixo do piano, e próximo à porta da sala. “É tudo um truque?” pergunta o jornalista. “Internamente”, responde Margareth. “Não é fácil enganar?”

Diante de certas perguntas do repórter, ela responde: “Sim, sim, atinou com a coisa. É como diz, a maneira como as juntas do pé são empregadas sem levantá-lo do chão. A capacidade de fazer isso só pode ser adquirida pela prática iniciada quando ainda muito jovem.”

KATE TAMBÉM FAZ SUAS DECLARAÇÕES.

Dezesseis dias após a publicação dessa retumbante reportagem, o jornal New York Herald publicou outra, sob o título: “A mais jovem das pioneiras dentre as médiuns vai desmascarar.” Lendo-se esse documento jornalístico, fica-se sabendo que os espíritas, aflitos diante das declarações de Margareth, haviam-lhe oferecido uma vultosa quantia em dinheiro para que ela negasse o que dissera e se calasse. Mas ela, indignada, não aceitaria o dinheiro, nem se calara.

Em resumo, as declarações de Kate ao repórter que a entrevistou foram as seguintes: “Não me importo com o espiritismo. No que me concerne, acabei com isso. E direi: considero-o uma das maiores pragas que o mundo jamais conheceu… Não hesitaria um momento em desmascará-lo. O espiritismo é fraude do princípio ao fim. E é a maior impostura do século.”

“E quanto às manifestações de Hydesville em 1848 e aos ossos encontrados na adega, e o mais?” pergunta o repórter. “Tudo fraude, sem exceção”, afirma Kate.

O GOLPE DE MORTE NO ESPIRITISMO.

Finalmente, no dia 21 de outubro de 1888, Margareth cumpriu o que vinha prometendo já há algum tempo: demonstrou na Academia de Música de Nova York, diante de milhares de pessoas – entre elas, centenas de homens e mulheres declaradamente espíritas -, que as batidas e toda aquela história que marcou o início do espiritismo não tinham sido produzidas por nenhum fantasma, e sim por elas, as irmãs Margareth e Kate Fox.

Eis a notícia que o jornal World, de Nova Iorque, publicou no dia seguinte à demonstração de Margareth:

“Um simples tamborete ou mesinha de madeira, descansando sobre quatro pés curtos e tendo as propriedades de uma caixa de ressonância foi colocada diante dela. Tirando o calçado, colocou o pé direito sobre esta mesinha. Os assistentes pareciam conter a respiração, e esse grande silêncio foi recompensado por uma quantidade de estalidos breves e sonoros – os tais sons misteriosos que, por mais de 40 anos, têm assustado e desorientado centenas de milhares de pessoas, em nosso país e na Europa”.

“Uma comissão, composta de três médicos convocados entre os assistentes, subiu então ao palco e, examinando o pé durante o som das “pancadinhas”, concordou, sem hesitar, que os sons eram produzidos pela ação da primeira junta do dedo grande do pé.” (Jornal World, Nova Iorque, 22/10/1889).

O TRISTE FIM DAS IRMÃS FOX.

Em junho de 1892, morreu Margareth Fox, viúva, solitária, moralmente degradada e afundada no vício do álcool. Após haver declarado e provado, a falsidade do espiritismo, ela não procurou aquele que poderia ter libertado totalmente dele: Jesus Cristo, Filho de Deus. “Se pois o filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”, (Jo 8.36). Margareth confessara suas transgressões, não a Jesus Cristo, mas aos seres humanos. Após confessá-las, ela não as abandonou, como aconselha o livro de Provérbios (28.13), quando então alcançaria misericórdia. Margareth partiu para a eternidade trilhando caminhos sombrios.

Sua irmã Kate morreu nas mesmas condições deploráveis: moralmente degradas e vítima do álcool.

Dias antes de sua morte, o jornal Washington Darly Star (de 07/03/1983) descreveu-a como uma “verdadeira ruína mental e física; essa mulher vive de caridade pública e só tem apetite para os licores intoxicantes… Esses lábios que, hoje, só articulam banalidades, promulgaram outrora a doutrina de uma ‘religião nova’, que ainda seus aderentes e seus admiradores por dezenas de milhares”. Fiel é a Bíblia ao afirmar que “o salário do pecado é a morte…” (Rm 6.23).

Quanto à Leah, a terceira das irmãs pioneiras do espiritismo, seu fim não foi dos mais honrosos. O escritor italiano Antonelli, no livro “Storia dello Spiritismo”, página 10, afirma que Léia, alegando estar cumprindo ordem de um “espírito de luz” abandonou o marido e foi viver com outro homem. Que “anjo de luz” é esse que leva os seres humanos a praticarem as obras das trevas?

Esta história das fundadoras do espiritismo moderno. Os líderes e doutrinadores dessas práticas condenadas por Deus evitam fazer comentários sobre essa história, pois ela fala mais alto do que qualquer argumento que possamos utilizar para provar que o espiritismo foi inspirado pelo pai da mentira, (Jo 8.44).

Lamentavelmente o Brasil é o país que possui o maior número de espíritas e praticantes de cultos de origem africana em todo o mundo.

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